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A incapacidade do sistema de ensino tradicional para responder aos desafios do Século XXI não é exclusivamente portuguesa. Os sistemas de ensino de muito países europeus, e não só, têm tido grandes dificuldades em adaptar-se à sociedade do conhecimento, a ponto de actualmente apresentarem piores índices que os seus congéneres do Sudeste Asiático, Japão incluído.

 

No entanto, desde a década de oitenta que alguns países têm vindo a encetar corajosas evoluções na organização dos seus sistemas de ensino tendo em vista o aumento da sua qualidade.

 

Na Finlândia o principal acento tónico das alterações implementadas foi a crescente autonomia e responsabilização das escolas, seus dirigentes e corpo docente, a par do reforço dos sistemas de apoio à escola.

 

No Reino Unido, o livro branco sobre educação Higher standards better schools for all – More choice for parents and pupils (Out. 2005) veio chamar a atenção para a necessidade de colocar os pais no centro da mudança do sistema de ensino. Este texto deu origem ao Education and Inspections Biil (Fev. 2006) que possibilita, entre outros, a transformação das escolas estatais em fundações com total autonomia de gestão.

 

Na Nova Zelândia procedeu-se a um conjunto radical de alterações que transformaram um sistema de ensino rígido de zonamento - sistema em que os alunos são obrigados a frequentar a escola da sua área de residência - num sistema de ensino dinâmico assente na concorrência entre as escolas.

 

Nos EUA, dois Estados lançaram programas de escolha parental e mais recentemente o Estado de Utah aprovou legislação que universaliza progressivamente este sistema. Entretanto, várias dezenas promulgaram legislação prevendo a criação de Charter Schools, de tal modo que neste momento este movimento engloba cerca de 3.000 escolas.

 

Vários outros exemplos de alterações poderiam ser mencionados, todas elas no sentido de uma maior autonomia das escolas e dos seus professores, de uma efectiva participação e responsabilização dos pais e encarregados de educação e de um novo sistema de avaliação e promoção da qualidade.

 

Estas reformas foram promovidas tanto por governos ditos “de esquerda” como “de direita” e, na maioria dos casos, a uma alteração na cor política do governo não sucedeu uma inflexão de política, mas sim o seu aprofundamento e aperfeiçoamento.

 

Entretanto, o sistema de ensino português, apesar dos sucessos registados ao nível do acesso ao ensino, mantém elevados desequilíbrios, que prejudicam principalmente as famílias economicamente mais débeis – a taxa de abandono escolar em Portugal é duas vezes e meia superior à da União Europeia e Portugal é o país da União onde a correlação entre o nível cultural dos pais e o acesso dos filhos ao ensino superior é maior.

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publicado às 16:27


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